Relacionamento longo é um drama, né não? A gente vai indo, vai indo e vai indo junto - o que é melhor. É como se caminhássemos num lindo parque em uma tarde de um sábado de outono. Dá vontade de andar abraçado e de ir sentindo o cheiro do cangote do outro, só pra que a gente não note que as folhas continuam caindo fora de nós e que o mundo continua girando e etc e tal. E vai chegar o momento que a gente tira a cabeça do ombro do outro e não queria mais sentir o cheiro daquele cangote tão bom, mas não significa que a caminhada is over, longe disso, é que não podemos esquecer que apesar de sermos um, somos dois. Há momentos que estamos andando mais rápido que o outro, ou mais devagar, ou por algum desvio precisamos descolar os corpos e enfrentar alguns passos distantes e sozinhos, mas não é como se caminhássemos a sós, não, temos o outro ali te fazendo escutar aquela música de amor e querendo passar a eternidade colado a um outro corpo que se encaixa tão perfeitamente no teu que só pode ter sido Deus o responsável pela criação de tanta perfeição. Estranho é lembrar, também, que tudo tem fim, e até essa caminhada chega num ponto de reflexão e até de evolução, quando aprendemos a não mais caminhar coladinho com o corpo e sim com todo o resto - e envolvemos tudo o possível até que, de fato, sejamos um só. Ou não, a gente pode chegar nesse momento e perceber que precisa recomeçar a caminhada com outro corpo, e viva o recomeço. Mas o que quero falar é que estou caminhando a quase 2 anos e que apesar dos desvios e dos tropeços e de algumas desritmias continuo querendo aquele corpo do meu lado, daquele cheiro daquele canto daquele cangote e daquela mão na minha mão e daquele braço no meu abraço e daquela boca no meu corpo e da minha boca naquele corpo e daquela saudade no meu fim de tarde e dessa vontade de chorar, que estou agora, por lembrar o quanto tem sido doce e o quanto eu quero que continue sendo e continue caminhando e continue assim desse jeitinho, com esse cheirinho, com meu amorzinho.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
mudança, por onde começar
Venho debatendo o tema da mudança que as coisas precisam, envolvendo nisso temas de abordo, direitos iguais, política e tal e pá. E sempre que isso acontece me lembro de uma das minhas máximas na hora de escolher: PRA QUÊ? Tenho uma canseira nata de tudo o que não pode ser mudado, não que isso seja ruim - o que não é. Tenho cansaço porque já pensei tanto no assunto que percebi que não vale tanto a pena assim ficar debatendo por ideais, quando a força de qualquer movimento deve partir do príncipio de preparar o terreno pra receber a mudança e não sair mudando e querendo a mudança ao meu gosto. Assim como a mudança deve ocorrer nas coisas que se mudam, deve acontecer também na coisa mudada. Compreende? Se estou mudando de baia no trabalho, for instance, não posso querer ter uma baia idêntica a anterior, porque a nova pode ser maior, menor, em formato de L/ I e etc. Vou mudar tanto a baia, que me receberá, quanto os objetos - que serão mudados. Daê me vem na cabeça essas manifestações do tipo PARADA GAY, PARADA DOS ASSASSINADOS, PARADA DE WHATEVER e fico pensando na grande palhaçada disso tudo: é tão desgastante ver que apesar de vivermos tudo o que vivemos, ainda somos os mesmos e vivemos... Nesse sentido vem aquele meu cansaço, de conformado, ou de espiritualizado (eu decido), onde já sei que nada muda porque eu QUERO QUE MUDE, as coisas mudam porque precisam ser mudadas. Esse tipo de manifestação só demonstra a nossa necessidade de mudança, mas será que essa mudança quer ocorrer? Pensem nisso. Paciência. Calm down. Além do que a mudança, quando é pra valer, ocorre de dentro pra fora. Se quero mudar o mundo, começo me mudando. A hamornia nunca ocorre de um lado só, todos os lados se moldam e se ajustam e se desgastam e se debatem e se rasgam e se sangram e se choram e se riem e se e se e se e se, até que haja uma forma comum. Não adianta querer a mudança fora de mim, se ela não ocorreu em mim. Só mudo fora o que já está mudado em mim. E não pensem que é fácil, ou que é menos difícil, de uma mudança ocorrer dentro de si, é muito desgastante porque mudar sempre é. E agora que conclui tudo o que queria me vem de novo aquele pensamento: PRA QUE? Pra nada, pra registrar, porque isso não muda nunca, não muda nada
quinta-feira, 29 de abril de 2010
deixa clarear
Estou ouvindo Clara Nunes (EP Guerreira) e volto a lembrar do eu de dois anos pra cá.
O que me eu era? Era o caos. Finjo que superei tudo - e finjo tão bem que a maior parte do tempo tenho acreditado nisso - mas será mesmo que superei, ou pior: será mesmo que QUERO superar? Não sei o que meu corpo abriga nessa noite quente de verão, e não me importa que mil raios partam qualquer sentido vago de razão - eu ando tão down. Tenho vontade nada - só de ficar parado, sem respirar e sem viver. Quero entender o mundo através das marcas no meu corpo. Mas será possível? Como posso entender o externo sem passar pela barreira que me separa de todo o resto? Invento diálogos, escrevo baboseiras, mas o que preciso mesmo - e quase o tempo todo - é de um colo involuntário e de uma voz me dizendo: I know what you are going throw, let me help you, let me do something for you, keep cool. De repente a certeza de um amanhã mais sólido se perde na indecisão de minha própria natureza complexa. E nessa incoerente e repentina incerteza fico assim nesse estado de quase qualquer coisa, com a língua amarga, com inexistência permitida e achando que nada mais pode ser feito. E veio agora uma coisa de deixar ir indo, porque ainda é madrugada, deixa clarear.
O que me eu era? Era o caos. Finjo que superei tudo - e finjo tão bem que a maior parte do tempo tenho acreditado nisso - mas será mesmo que superei, ou pior: será mesmo que QUERO superar? Não sei o que meu corpo abriga nessa noite quente de verão, e não me importa que mil raios partam qualquer sentido vago de razão - eu ando tão down. Tenho vontade nada - só de ficar parado, sem respirar e sem viver. Quero entender o mundo através das marcas no meu corpo. Mas será possível? Como posso entender o externo sem passar pela barreira que me separa de todo o resto? Invento diálogos, escrevo baboseiras, mas o que preciso mesmo - e quase o tempo todo - é de um colo involuntário e de uma voz me dizendo: I know what you are going throw, let me help you, let me do something for you, keep cool. De repente a certeza de um amanhã mais sólido se perde na indecisão de minha própria natureza complexa. E nessa incoerente e repentina incerteza fico assim nesse estado de quase qualquer coisa, com a língua amarga, com inexistência permitida e achando que nada mais pode ser feito. E veio agora uma coisa de deixar ir indo, porque ainda é madrugada, deixa clarear.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
bday
Sweet dear.
Somente agora que vim perceber que és Ariana, como a Xuxa e como o Mirandinha – tenho uma chama magia com arianos. Tá que não é o melhor jeito de começar isso de te escrever, mas sou assim, és assim, e nos gostamos assim. Queria sinceramente poder te dar um abraço hoje, e se fosse possível pedir, em todos os próximos dias quatorze de abril. Quero que antes do meu aniversário te aconteça algo bem bonito. Quero que continue no teu sonho de mundo bonito, porque viver fora – no real – não é tão legal. Quero também que sejas forte pra agüentar o que ainda vem pela frente, e te desejo muita força, força demais – fé demais em ti. Acho tão bacana, de verdade, perceber que mesmo depois de cinco anos a gente continua se curtindo – e como sempre: cada um do seu jeito. Apesar de, nada em nós mudou tão bruscamente. O corte de cabelo continua o mesmo, os teus pelinhos no rosto e sinal também. A gente envelhece e percebe que nada muda – o principal pelo menos não. Pra não me alongar mais nisso quero te escrever mais coisas:
1) Te amo, como sempre, e não só por isso te desejo coisas boas, porque mereces mais, mereces tudo.
2) Vou emprestar do Bowie, que estou ouvindo agora, umas frases pra compartir contigo: I’ll be king, and You, You Will be Queen [...] Though nothing will keep us together [...] Maybe we´re lying, then you better not stay, but we could be safer just for one day.
Espero que estejas bem e que não fures no nosso almoço domingo, te amo
Diley R.
Somente agora que vim perceber que és Ariana, como a Xuxa e como o Mirandinha – tenho uma chama magia com arianos. Tá que não é o melhor jeito de começar isso de te escrever, mas sou assim, és assim, e nos gostamos assim. Queria sinceramente poder te dar um abraço hoje, e se fosse possível pedir, em todos os próximos dias quatorze de abril. Quero que antes do meu aniversário te aconteça algo bem bonito. Quero que continue no teu sonho de mundo bonito, porque viver fora – no real – não é tão legal. Quero também que sejas forte pra agüentar o que ainda vem pela frente, e te desejo muita força, força demais – fé demais em ti. Acho tão bacana, de verdade, perceber que mesmo depois de cinco anos a gente continua se curtindo – e como sempre: cada um do seu jeito. Apesar de, nada em nós mudou tão bruscamente. O corte de cabelo continua o mesmo, os teus pelinhos no rosto e sinal também. A gente envelhece e percebe que nada muda – o principal pelo menos não. Pra não me alongar mais nisso quero te escrever mais coisas:
1) Te amo, como sempre, e não só por isso te desejo coisas boas, porque mereces mais, mereces tudo.
2) Vou emprestar do Bowie, que estou ouvindo agora, umas frases pra compartir contigo: I’ll be king, and You, You Will be Queen [...] Though nothing will keep us together [...] Maybe we´re lying, then you better not stay, but we could be safer just for one day.
Espero que estejas bem e que não fures no nosso almoço domingo, te amo
Diley R.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Ai Deus.
Ai Deus, por mais quanto tempo vou continuar nisso de me permitir desenfreadamente? Quero bloqueios, limitações. Ter vivido e visto tudo isso me foi mais inadequado do que revelador. Quero bençãos infinitas mas sem saber que as possuo. Quero ter tudo mas sem ter que vislumbrar o todo. Quero mel sem ter que usar minhas mãos para pegá-lo. Deus, seja minha mãe e não meu irmão mais novo. Não quero mais te entender, quero ser teu, que sejas minha fortaleza e não minha desculpa para pieguices. Volte a me habitar e seja de novo esse vazio, me preencha com tudo o que representas, me transborda, me rege, me prenda. Ai Deus, por favor, me despermita.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Desponte
Oitavo dia do mês do carnaval, sete da manhã e está a caminho do trabalho. Usando seus trajes mais cinzas e um par de óculos marrom escuro, age habitualmente como um ventríloquo – se movendo na direção, que mesmo tendo sido sua escolha, não é onde de fato gostaria de estar. Mas por acaso está, e estar é tudo o que lhe tem permitido ser: está satisfeito com seu trabalho, conformado com sua faculdade, contente por seus amigos e feliz ao lado de quem escolheu e foi escolhido como seu amor. Enquanto controlado no seu estado de graça de pau mandado, deveria manter uma face neutra e de fato mantinha, e vinha mantendo de acordo com o que achava ser neutro. Olhava todos os dias a neutralidade das pessoas perante o acaso e imitava com destreza esse rosto.
O relógio marcava dez minutos depois das nove, faltando menos de três horas para o almoço, quando por intervenção de uma coisa que não soube nomear veio súbito um único pensamento edificado numa palavra: desponte. Nada mais foi o mesmo e não havia como continuar sendo. Tentava, sem sucesso algum, remontar o seu rosto neutro que havia se despedaçado com o eco daquilo que ainda não compreendia, teve a impressão de estar tatuado em sua testa o que lhe havia tirado a segurança do óbvio e a certeza de que todos os seus poros faziam um coro - tudo dedurando o seu estado alterado. Uma rebentação de quem é tocado pela primeira vez, a sensação primeira de se estar sendo preenchido com uma coisa tão grande quanto a loucura.
O relógio marcava dez minutos depois das nove, faltando menos de três horas para o almoço, quando por intervenção de uma coisa que não soube nomear veio súbito um único pensamento edificado numa palavra: desponte. Nada mais foi o mesmo e não havia como continuar sendo. Tentava, sem sucesso algum, remontar o seu rosto neutro que havia se despedaçado com o eco daquilo que ainda não compreendia, teve a impressão de estar tatuado em sua testa o que lhe havia tirado a segurança do óbvio e a certeza de que todos os seus poros faziam um coro - tudo dedurando o seu estado alterado. Uma rebentação de quem é tocado pela primeira vez, a sensação primeira de se estar sendo preenchido com uma coisa tão grande quanto a loucura.
domingo, 10 de janeiro de 2010
2010
Dois mil e dez chegou, então quero renovar os votos anuais.
Espero sinceramente não estar tão perdido quanto passei o ano anterior, quero me encontrar em um algo sólido - e abandonar as necessidades líquida e gasosa. Não é tão fácil como achei que fosse, tentarei sem prometer; Quero estar no comando, dirigir tudo - inclusive a car; Espero que meu campo sentimental permaneça parecido: nem tudo flores, mas doce como tem sido; Risos no domingo à tarde e preguiça na segunda de manhã podem continuar, mas não desejo sentir o medo e minha pequenez no domingo à noite; Quero não ter medo das coisas novas que surjam e tampouco falta de criatividade pra criar as minhas próprias novidades; Quero ser um pai mais presente e um estudante mais dedicado; E por fim, e mais importante: quero coragem.
Assinar:
Postagens (Atom)