quinta-feira, 29 de abril de 2010

deixa clarear

Estou ouvindo Clara Nunes (EP Guerreira) e volto a lembrar do eu de dois anos pra cá.

O que me eu era? Era o caos. Finjo que superei tudo - e finjo tão bem que a maior parte do tempo tenho acreditado nisso - mas será mesmo que superei, ou pior: será mesmo que QUERO superar? Não sei o que meu corpo abriga nessa noite quente de verão, e não me importa que mil raios partam qualquer sentido vago de razão - eu ando tão down. Tenho vontade nada - só de ficar parado, sem respirar e sem viver. Quero entender o mundo através das marcas no meu corpo. Mas será possível? Como posso entender o externo sem passar pela barreira que me separa de todo o resto? Invento diálogos, escrevo baboseiras, mas o que preciso mesmo - e quase o tempo todo - é de um colo involuntário e de uma voz me dizendo: I know what you are going throw, let me help you, let me do something for you, keep cool. De repente a certeza de um amanhã mais sólido se perde na indecisão de minha própria natureza complexa. E nessa incoerente e repentina incerteza fico assim nesse estado de quase qualquer coisa, com a língua amarga, com inexistência permitida e achando que nada mais pode ser feito. E veio agora uma coisa de deixar ir indo, porque ainda é madrugada, deixa clarear.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

bday

Sweet dear.

Somente agora que vim perceber que és Ariana, como a Xuxa e como o Mirandinha – tenho uma chama magia com arianos. Tá que não é o melhor jeito de começar isso de te escrever, mas sou assim, és assim, e nos gostamos assim. Queria sinceramente poder te dar um abraço hoje, e se fosse possível pedir, em todos os próximos dias quatorze de abril. Quero que antes do meu aniversário te aconteça algo bem bonito. Quero que continue no teu sonho de mundo bonito, porque viver fora – no real – não é tão legal. Quero também que sejas forte pra agüentar o que ainda vem pela frente, e te desejo muita força, força demais – fé demais em ti. Acho tão bacana, de verdade, perceber que mesmo depois de cinco anos a gente continua se curtindo – e como sempre: cada um do seu jeito. Apesar de, nada em nós mudou tão bruscamente. O corte de cabelo continua o mesmo, os teus pelinhos no rosto e sinal também. A gente envelhece e percebe que nada muda – o principal pelo menos não. Pra não me alongar mais nisso quero te escrever mais coisas:

1) Te amo, como sempre, e não só por isso te desejo coisas boas, porque mereces mais, mereces tudo.

2) Vou emprestar do Bowie, que estou ouvindo agora, umas frases pra compartir contigo: I’ll be king, and You, You Will be Queen [...] Though nothing will keep us together [...] Maybe we´re lying, then you better not stay, but we could be safer just for one day.

Espero que estejas bem e que não fures no nosso almoço domingo, te amo

Diley R.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ai Deus.

Ai Deus, por mais quanto tempo vou continuar nisso de me permitir desenfreadamente? Quero bloqueios, limitações. Ter vivido e visto tudo isso me foi mais inadequado do que revelador. Quero bençãos infinitas mas sem saber que as possuo. Quero ter tudo mas sem ter que vislumbrar o todo. Quero mel sem ter que usar minhas mãos para pegá-lo. Deus, seja minha mãe e não meu irmão mais novo. Não quero mais te entender, quero ser teu, que sejas minha fortaleza e não minha desculpa para pieguices. Volte a me habitar e seja de novo esse vazio, me preencha com tudo o que representas, me transborda, me rege, me prenda. Ai Deus, por favor, me despermita.