sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Gosto

Sabe o que mais gosto em ti?
Engana se acha que é rosto,
os olhos puxados ou os finos lábios.

Se achas que é a textura da boca,
a coloração camaleônica da pele
ou o cheiro de felicidade
que brota dos teus poros, erraste.

Gosto é da mistura, dessa incerteza
de gostos, sabores: amargos e doces.
Se existe algo certo em ti é isto:
O incerto, constante e agradável surpresa.

Gosto, desvairadamente,
mesmo é do teu gosto.
Se um dia quiseres sumir,
que seja dentro de mim.

Se perca por dentro do que é teu.

E se quiseres ficar pequeno - bem pequeno
deite nos meu braços,
farei carinhos e se sentirás menino, de novo.

Só nunca queira morrer,
por mais forte que pareça ser.
Eu jamais suportaria.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

i dreammed three dreams about u

Vou te deixar esse bilhete por debaixo da porta porque não consigo calar depois de uma noite tão horrível. Saberás o porquê mas por enquanto quero que abras essa porta. Estou quase ferindo minhas mãos nessa tentativa de que, pelo menos, se mostre pra mim. Abra, acalente o meu coração e seque essas lágrimas desesperadas de um alguém que só te quer bem. Sonhei sonhos estranhos e relativamente tão bem relacionados que tive a impressão de ser uma das minhas visões, confesso que só vou te contar porque ouvi dizer que quando se conta um sonho, esse passa a ser ilusão – esu estou tendo tanta fé nisso que estou sendo capaz de me abrir desse jeito.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O amor e o poder

Estavámos todos reunidos e divagando sobre coisas de amor, amar. Quando o mais (pensei em amenizar a situação, mas não vou fazê-lo) bebâdo de nós soltou um desabafo: eu amo pra caralho e aquela porra é minha. Ninguém entendeu e apesar do limite do amor ser never ninguém entendeu. Cheguei a considerar uma das declarações mais inovadoras que presenciei e já vou explicar - nunca ninguém chegou pra mim e disse que eu todo lhe pertencia.
Não quero entrar em detalhes da destruição que a afirmação de posse pode causar, mas convenhamos que amar também é possuir o outro. Óbvio e cafona como só o amor consegue ser. Não existe amor desprovido de um pingo de egoísmo, de um querer maior do que o bem querer. Amar, além de tudo o que implica nessa pequena palavra, é também marcar território, pegar pra si, só pra si.
Acredito que assim como tudo nessa vida não pode ser em demasia, Essa propriedade do outro não pode ultrapassar todo o resto que o amor é compreendido: respeito, admiração, compreensão, paciência, etc. Mas amar é também querer, não, amar é só querer. Querer o outro perto, querer o bem do outro, querer o outro pra si, querer compreender, querer anything.