Relacionamento longo é um drama, né não? A gente vai indo, vai indo e vai indo junto - o que é melhor. É como se caminhássemos num lindo parque em uma tarde de um sábado de outono. Dá vontade de andar abraçado e de ir sentindo o cheiro do cangote do outro, só pra que a gente não note que as folhas continuam caindo fora de nós e que o mundo continua girando e etc e tal. E vai chegar o momento que a gente tira a cabeça do ombro do outro e não queria mais sentir o cheiro daquele cangote tão bom, mas não significa que a caminhada is over, longe disso, é que não podemos esquecer que apesar de sermos um, somos dois. Há momentos que estamos andando mais rápido que o outro, ou mais devagar, ou por algum desvio precisamos descolar os corpos e enfrentar alguns passos distantes e sozinhos, mas não é como se caminhássemos a sós, não, temos o outro ali te fazendo escutar aquela música de amor e querendo passar a eternidade colado a um outro corpo que se encaixa tão perfeitamente no teu que só pode ter sido Deus o responsável pela criação de tanta perfeição. Estranho é lembrar, também, que tudo tem fim, e até essa caminhada chega num ponto de reflexão e até de evolução, quando aprendemos a não mais caminhar coladinho com o corpo e sim com todo o resto - e envolvemos tudo o possível até que, de fato, sejamos um só. Ou não, a gente pode chegar nesse momento e perceber que precisa recomeçar a caminhada com outro corpo, e viva o recomeço. Mas o que quero falar é que estou caminhando a quase 2 anos e que apesar dos desvios e dos tropeços e de algumas desritmias continuo querendo aquele corpo do meu lado, daquele cheiro daquele canto daquele cangote e daquela mão na minha mão e daquele braço no meu abraço e daquela boca no meu corpo e da minha boca naquele corpo e daquela saudade no meu fim de tarde e dessa vontade de chorar, que estou agora, por lembrar o quanto tem sido doce e o quanto eu quero que continue sendo e continue caminhando e continue assim desse jeitinho, com esse cheirinho, com meu amorzinho.